Alimentação Saudável

Todos nós necessitamos de selénio

Todos nós necessitamos de selénio. É mais um dos micronutrientes a fazer parte da lista dos minerais essenciais à saúde do corpo humano.

Em geral, os portugueses conseguem ingerir a pequena quantidade recomendada pela via alimentar.
A deficiência de selénio é rara. Quando existe, está associada, sobretudo, às doenças da tiroide, como a doença autoimune da tiróide.
O selénio está envolvido no metabolismo das hormonas tiroideias e contribui para defesa antioxidante da tiroide ao remover os radicais livres de oxigénio gerados durante a produção das hormonas tiroideias.
As mulheres por serem mais afetadas com doença autoimune da tiroide, comparativamente com os homens, devem ingerir a dose diária recomendada de selénio.

O selénio é altamente disponibilizado através dos alimentos sob duas formas – a selenometionina e a selenocisteína. A primeira encontra-se em fontes vegetais, especialmente nos cereais, a segunda está disponível principalmente em alimentos de origem animal.

A dose diária recomendada para o selénio é de 55 microgramas por dia e satisfaz as necessidades diárias da maioria das pessoas. Antes de tomar qualquer suplemento oral,  comece por fortalecer e diversificar as suas refeições para incluir todos os nutrientes que o seu corpo precisa.

As melhores fontes alimentares de selénio são a carne, o marisco, os cereais integrais, os produtos lácteos,  fruta e legumes. No entanto, o teor de selénio dos alimentos pode variar muito, estando dependente da composição do ambiente onde os animais vivem e são criados ou do solo onde a planta foi cultivada. Por isso, inclua diversidade na alimentação para garantir boas doses de selénio. Por exemplo, encontra quantidades generosas deste micronutriente nos seguintes alimentos por 100 gramas de peso:

Atum –  contem 108 microgramas
Sardinhas enlatadas em óleo – contem 53 microgramas
Camarão – 49 microgramas
Costeleta de porco grelhada – 44 microgramas
Bife do redondo – 44 microgramas
Esparguete cozido – 17 microgramas
Frango assado – 26 microgramas
Queijo Cottage -10 microgramas
Ovo cozido, um grande – 15 microgramas
Cogumelos Portabello grelhados – 12  microgramas
Lentilhas cozidas – 3 microgramas
Pistáchios (apenas 28 g) – 3 microgramas

Além destes, há muitos mais alimentos que podem aumentar os níveis de selénio nas suas refeições. Em contrapartida, produtos ultraprocessados, atualmente frequentes nas refeições dos jovens e adultos, são pobres em selénio, assim como contribuem para a ingestão inadequada de vitamina D, vitamina E, ácido fólico e cálcio.
Faça uma avaliação justa da qualidade dos alimentos que compõem o seu dia alimentar. Respeite as necessidades reais do seu corpo.

Referências: Ventura, M., Melo, M., & Carrilho, F. (2017). Selenium and thyroid disease: from pathophysiology to treatment. International journal of endocrinology, 2017(1), 1297658.; Falcão, R. C. T. M. D. A., Lyra, C. D. O., Morais, C. M. M. D., Pinheiro, L. G. B., Pedrosa, L. F. C., Lima, S. C. V. C., & Sena-Evangelista, K. C. M. (2019). Processed and ultra-processed foods are associated with high prevalence of inadequate selenium intake and low prevalence of vitamin B1 and zinc inadequacy in adolescents from public schools in an urban area of northeastern Brazil. PLoS One, 14(12), e0224984.; Meyers, L. D., Hellwig, J. P., & Otten, J. J. (Eds.). (2006). Dietary reference intakes: the essential guide to nutrient requirements. National Academies Press.

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Margarida Vieira

Licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto em 1991, especializou-se em Nutrição Clínica pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz e foi distinguida com o Prémio Danone em 2008.
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Margarida Vieira

Licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto em 1991, especializou-se em Nutrição Clínica pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz e foi distinguida com o Prémio Danone em 2008.